PSICANÁLISE

O que é a clínica psicanalítica?
A psicanálise surge no início do século passado tendo como personagem principal de seu desenvolvimento, o Dr. Sigmund Freud. Freud foi um médico neurologista e psicanalista em Viena interessado na vida mental das pessoas e, especialmente, nas questões relativas ao sofrimento. Esse interesse foi determinante para que, diante de pacientes com quadros de “desequilíbrio emocional” acompanhados de efeitos no corpo, (á época especialmente nas mulheres, mas não somente), Freud começasse a pensar em um tratamento para essas pessoas bem como uma teoria que acompanhasse esse tratamento, dando suporte e ao mesmo tempo sendo desenvolvida pelo próprio tratamento. Para o jovem médico estava cada vez mais claro que os procedimentos psiquiátricos da época eram insuficientes para certos quadros de adoecimento cada vez mais comuns nas cidades europeias.
A grande intuição de Freud
Freud percebeu que era possível ajudar as pessoas escutando o que elas tinham a dizer sobre o próprio sofrimento. Essa intuição teve relação direta como um conceito fundamental para a psicanálise: a noção de inconsciente. O inconsciente freudiano, como se diz, não é simplesmente não saber algo ou ainda algo que se possa fazer ou dizer sem pensar. Sua complexidade reside no fato de que ele precisa ser decifrado e que coabita o cotidiano das pessoas fornecendo um segundo sentido se não a tudo aos menos a quase tudo que as pessoas possam fazer em suas vidas. Se Freud utilizava a palavra ciência para se referir à psicanálise, a própria história demonstra que, antes de tudo, a psicanálise é uma prática clínica que busca ajudar as pessoas a compreenderem a si mesmas e consequentemente possibilitar soluções novas para o sofrimento psíquico, através de uma “investigação” a respeito do inconsciente do analisando. O inconsciente é uma instância singular, única na sua configuração em cada sujeito, por isso a clínica da psicanálise é sempre individual. O tratamento se dá pela palavra, o que possibilitará no percurso de uma análise, que os elementos inconscientes do sujeito possam ser acolhidos pela escuta do analista e, a partir de intervenções específicas, reelaborados pelo analisando ao longo dos anos.
Qual a importância de se fazer análise hoje?
A psicanálise se desenvolveu muito desde sua criação, e alguns psicanalistas foram determinantes para a sua atualização e revisão, merecendo destaque nomes como os de Melaine Klein e Jacques Lacan. Freud já dizia que a neurose era a situação comum da vida mental das pessoas. Se partirmos somente desta premissa toda pessoa em algum momento da vida precisaria de uma análise. Porém, o que está em jogo aí é algo mais sutil. Atualmente, encontramos o campo da psiquiatria em um estágio muito avançado no que concerne ao tratamento, medicamentoso das doenças psíquicas. Se, por um lado, isso possibilita um ótimo recurso para muitas situações de adoecimento, por outro, é preciso atenção para o fato de que as pessoas cada vez menos conseguem enfrentar diretamente suas questões mais dolorosas e pouco conhecidas. Como as medicações não podem elucidar cada escolha que o sujeito faz na vida, a psicanálise continua sendo uma via interessante de auxílio para o sofrimento de cada um. O sofrimento não termina com a medicação, pois o ser-humano é um ser falante, de linguagem, que precisa dar sentido à sua existência. Vivemos em um tempo que tolera muito pouco as contradições, os equívocos, as falhas e essa falta de tolerância, com a própria condição humana, tem emudecido as pessoas ao mesmo tempo em que potencializa o adoecimento psíquico. A psicanálise é justamente a prática que acolhe a condição incompleta, faltosa do humano, não com o objetivo de anulá-las, pois isto é impossível, mas sim, com o de reconhecer aí um saber que pode ajudar uma pessoa a viver melhor com ela própria e com os outros.

 

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Por Thiago Borges (Psicanalista)

 

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